Eu nunca tinha me imaginado naquela posição. Até aquele dia. Até aquele momento em que vi a boca dela, aqueles lábios que já tinham engolido meu pau tantas vezes, se abrindo para receber o caralho de outro homem. E o pior — ou melhor — era que eu não conseguia me mover. Meu pau latejava dentro da calça, tão duro que doía, enquanto eu assistia, escondido atrás da cortina, minha própria mulher gemendo com um estranho.
Tudo começou numa noite qualquer, num jantar qualquer. Ela chegou em casa com aquele vestido preto, aquele que eu odiava porque deixava a curva das suas cochas tão evidentes, aquele que apertava a cintura dela e fazia os peitos quase saltarem para fora do decote. Ela sabia o que estava fazendo. Sempre soube.
— Vou sair com as meninas — ela disse, passando batom vermelho na frente do espelho. — Não espere acordado.
Eu acenei com a cabeça, fingindo desinteresse, mas já sentia um calor subindo pela minha espinha. Ela estava linda. Irresistível. E eu sabia que ela sabia disso.
— Tá bem — respondi, tentando disfarçar a voz grossa que o tesão já deixava evidente.
Ela sorriu, aquele sorriso de canto de boca que sempre me deixou louco, e saiu. Mas eu não resisti. Meia hora depois, estava seguindo ela, com o coração batendo tão forte que eu achava que ia sair pela boca.
Ela não foi encontrar as amigas. Não mesmo.
Foi direto para um bar chique, aquele que a gente sempre comentava que era cheio de homens ricos. E eu fiquei lá, do outro lado da rua, vendo ela sentar sozinha no balcão, pedir uma taça de vinho, cruzar as pernas de um jeito que deixava aquele pedaço de coxa aparecer, aquele pedaço que eu sempre mordia quando estava com a cara enfiada entre suas pernas.
Foi rápido. Um cara chegou. Alto, bem vestido, com aquele ar de quem sabe o que quer. E ela sorriu. Não aquele sorriso tímido que ela dava quando estava nervosa, não. Aquele sorriso largo, de dentes brancos, aquele que ela só dava quando estava realmente interessada.
Eu me encostei na parede do prédio em frente, as mãos suando, o pau tão duro que parecia que ia rasgar a calça. Eles conversaram. Ele tocou no braço dela. Ela riu. Ele comprou outra taça de vinho. Ela deixou a mão dele descansar na sua coxa.
E então eles saíram.
Eu segui, como um cachorro, como um idiota, como um corno em potencial. Eles entraram num motel. Um daqueles caros, discretos. Eu esperei cinco minutos e entrei depois, fingindo estar bêbado, fingindo que não sabia o que estava fazendo.
O corredor era escuro. Eu ouvi gemidos. Gemidos dela.
Meu deus.
Era o quarto no final. A porta não estava totalmente fechada. E eu… eu não consegui evitar. Eu me aproximei, devagar, com o coração na garganta, e espreitei pela fresta.
Ela estava de quatro na cama, aquele vestido preto arrebentado nas costuras, a bunda empinada, a buceta escorrendo. E ele, aquele filho da puta, estava atrás dela, com o pau enorme, mais grosso que o meu, mais escuro, pulsando enquanto ele enfiava com força, arrombando ela, fazendo aquele barulho molhado de carne batendo em carne.
— Isso, assim, porra, me fode! — ela gritou, algo que nunca tinha gritado pra mim.
Eu me segurei na parede, com as pernas tremendo. Eu devia ter entrado. Devia ter batido naquele cara. Devia ter puxado ela pelo cabelo e levado pra casa. Mas eu não fiz nada. Só fiquei lá, com a mão no meu pau, me esfregando por cima da calça, sentindo o precum molhar a cueca.
— Toma, puta, toma meu pau no teu cu — o homem rosnou, e eu vi ele cuspir na mão, passar no cuzinho dela, que estava apertado, rosado, e então enfiar a cabecinha lá dentro.
Ela gritou. Não de dor. De prazer.
— Ai, caralho, vai, enfia tudo!
E ele enfiou. De uma vez. Arrombou. E ela gemeu como nunca tinha gemido comigo.
Eu não aguentei. Soltei o primeiro jato dentro da cueca, em silêncio, me mordendo pra não gemer. E continuei assistindo, enquanto ele metia no cu dela com força, enquanto ela gemia e pedia mais, enquanto os peitos dela balançavam e o batom vermelho manchava o lençol.
Ele gozou dentro. Eu vi o jorro, vi ele enterrar até as bolas e soltar aquele gemido rouco. E ela, minha esposa, minha mulher, gemeu como se tivesse sido a melhor foda da vida dela.
E então, quando ele saiu, quando ela virou de costas, ofegante, eu vi os olhos dela. Ela me viu.
E sorriu.
Aquela noite mudou tudo.
E eu não conseguia parar de pensar nisso.
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